Uma ‘Pedra Preta’ no meio do caminho

Localizada entre a Praia da Gorda e o Mangue de Pedras, a “Pedra Preta” reina como abrigo de crustáceos e armazém de alimentos para a vida marinha. Local escolhido também pelos jovens da década de 70, para pescaria e lazer.

Sem muitos recursos para se chegar às cidades mais próximas, uma boa pescaria na “Pedra Preta” garantia uma mesa farta no almoço e no jantar. Peixes como, roncadores, canguá, bagre e até cação, variavam o cardápio das poucas famílias que moravam na Rasa.

A garotada, enquanto esperava os pescadores que se arriscavam remando até a “Buraca” – nome dado ao pesqueiro – para trazer a tão bem comercializada “Pescada”, aguardava o momento de ajudar a descarregar os barcos. Meninos e meninas auxiliavam na limpeza dos peixes e levavam para casa um “quinhão”. Esta prática era chamada de “Resistência”, pois os pescadores mais antigos acreditavam que a criançada poderia crescer forte e saudável se alimentando com o pirão do “bagre”.

Este costume aos poucos foi dando lugar às novas oportunidades que o mundo moderno começava a oferecer, a partir dos anos 80. Uns foram trabalhar na construção civil; outros no comércio local que despontava para o turismo e outros se dedicaram aos estudos para adquirirem novos conhecimentos e atuar na hotelaria.

Hoje, o cenário ainda conserva os traços da década de 70. Parece intocável, mas apenas alguns pescadores resistem e não abrem mão do prazer de manter a tradição. Todas as manhãs, bem cedo, partem para a “buraca” em busca do sustento da família.

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