Livres e amáveis da senzala avistam as ruínas de um tempo amargo

Entre ruínas e, ruínas, os casarões que serviram a oligarquia nos séculos passados vão produzindo um cenário que a história nos remete a reflexões.

No município de Quissamã, no norte do estado do Rio de Janeiro, é fácil encontrar fazendas dos séculos XVII, XVIII e XIX com imponentes palmeiras imperiais que demarcam os caminhos por aonde chegavam os barões, condes e até mesmo D. Pedro II.

As reflexões ficam a critério de cada um que tem a oportunidade de visitar o palco de uma época marcada por sofrimentos na alma, e ardência e sangue escorrendo pela pele. Dona Sebastiana Rodrigues, sessenta anos morando na Fazenda Machadinha, com lágrimas nos olhos, conta o que ouvia do pai dela. Lembra-se dos relatos sobre os seus antepassados agonizando nos troncos ao lado da senzala onde mora. Apesar de livre, nunca sai da comunidade que mantém um ritmo de vida tranquilo e alheio ao mundo moderno.

Difícil imaginar que a força deste povo humilde tenha sido capaz de vencer a opressão e aos mandatários impiedosos. Mas o fato pode ser comprovado. Basta olhar em volta e notar que o bem venceu o mal. A senzala está intacta. Os casarões – aqueles citados por Gilberto Freire como “Casa Grande” – estão em ruínas e só servem para que possamos voltar no tempo e imaginarmos a quanta crueldade nossa gente se submeteu.

A paz, a boa convivência entre eles, e o respeito pelo qual recebem os visitantes, é uma forma carinhosa de dizer ao mundo moderno que ainda há espaço para se praticar o amor. Um jeito simples de dizer que não se paga o mal com a mesma moeda.

 

 

 

 

Estrada não mata!

PRECISAMOS REFLETIR: O acidente de ontem na Marina em Búzios (mais um), nos levou mais uma vez a questionar o estado em que se encontram nossas estradas.

Mas, enquanto motoristas, precisamos refletir sobre a maneira como estamos nos comportando no trânsito. Nós, que conduzimos nossos carros particulares; nós que nas Vans conduzimos a família buziana; nós taxistas que levamos e trazemos os nossos turistas; nós que transportamos nossos doentes nas ambulâncias, nós motoqueiros e, bem…, nós que sentamos diante de um volante, PRECISAMOS REFLETIR quanto às nossas atitudes enquanto condutores de veículos e vidas.

As desculpas são tardias e as mais esfarrapadas. Sempre tem um para justificar: o motorista estava embriagado; em alta velocidade; sem cinto de segurança; sem capacete; falando ao celular; com pressa para levar um acidentado para o hospital e tantas outras argumentações.

Mas depois não adianta só lamentar e justificar. Depois que vidas se vão, ou que a invalidez chega para algumas vítimas, é tarde demais para cobrar as melhorias na sinalização.